FACTO 34

Nunca em momento algum da sua longa e brilhante carreira, quer enquanto Bombeiro quer na qualidade de Comandante, Artur Lage abdicou das competências que lhe estavam atribuídas.

Permanentemente presente, apesar de voluntário, seguia a par e passo a vida da Associação e do Corpo de Bombeiros, de tal maneira que dispunha de dois telefones directos ligados ao quartel: um na residência e outro no estabelecimento comercial de que era proprietário (Paulino Lage & Filhos, Lda.).

Nada acontecia nos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém (BVAC) que não fosse do seu conhecimento.

Atento a todos os movimentos, tanto em situações reais como simuladas, Artur Lage fazia sempre questão de chamar a si o comandamento das operações.

Defensor acérrimo de que a importância dos BVAC, no contexto da vida local, justificava uma atitude responsável, dinâmica e integrada, soube estabelecer o melhor relacionamento com as diferentes organizações de Agualva-Cacém, designadamente, ao nível do poder autárquico, afirmando o bom nome do todo institucional.

Em 29 de Maio de 1988, objectivado por inovar a já tradicional participação do Corpo de Bombeiros nas festividades anuais da freguesia, designadas por "Maio Popular", organizou um aparatoso simulacro de acidente de viação com vítimas encarceradas, seguido de fogo real, levado a efeito na grande área descampada que então existia no Largo D. Maria II (actual Mercado Municipal e Loja do Cidadão).

As duas fotografias que apresentamos mostram o Comandante Lage no seu posto, na última das quais munido de rádio portátil a fim de comunicar com os meios de socorro e, desse modo, dar cumprimento ao plano estratégico que havia concebido.

Para quem não o conheceu, era assim o nosso homenageado: uma personalidade marcante que se impunha, naturalmente, pela sua singular aptidão, zelo e diligência.


Texto: LMB
Fotos: Colecção Hélder Martins Moura