FACTO 32

A relação entre os Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém (BVAC) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) soma quase tantos anos como o período de existência de cada uma das instituições.

Estávamos em 1932 quando os BVAC aderiram à então co-denominada Confederação de Associações e Corporações de Bombeiros, recebendo o número 28 de inscrição.

Em razão disso a sua participação em congressos começou desde muito cedo.

Depois da primitiva presença no IV Congresso, (Tomar, de 26 a 30 de Julho de 1934), foi a vez de acompanhar o V Congresso (Espinho, de 9 a 13 de Julho de 1936). Neste estiveram, pelo Comando, Carlos Charbel Girardin, e pela Direcção, José Lourenço. Por sua vez, o Corpo de Bombeiros integrou a parada da reunião magna através dos bombeiros Eduardo Martins, Severo Francisco da Silva, Artur Lage, Aníbal Correia, Joaquim Barreira de Almeida, José Augusto de Assunção e Silva, Alberto de Almeida e Carlos Francisco Guiso.

Na ocasião, Artur Lage, com 24 anos, Bombeiro de 3.ª Classe, tomou um honroso lugar. Assim documenta a imagem publicada, extraída a partir de um vídeo disponível na Cinemateca Digital, da Cinemateca Portuguesa, relativo ao V Congresso Nacional de Bombeiros. Detectámo-lo integrado na Guarda de Honra ao estandarte da LBP, desfilando numa das principais artérias de Espinho, em ambiente apoteótico. Um momento particularmente importante, ocorrido na tarde do dia 12 de Julho de 1936, observando as instruções para a parada, que determinaram:

"Cada Corporação em Parada destacará um Bombeiro devidamente equipado, a-fim-de constituir, sob as indicações daquele Conselho Administrativo, a Guarda de Honra ao estandarte da Liga, numa formação de dois pelotões, entre os quais marchará o piquete que conduz o estandarte."

O livro do Congresso, da autoria do Comandante Álvaro Valente (dos Bombeiros Voluntários do Montijo e que no ano de 1938 esteve em Agualva-Cacém representando a Liga dos Bombeiros Portugueses na homenagem ao saudoso Bombeiro Mário Lobo, onde proferiu um emotivo discurso), descreve aquele instante nos seguintes termos:

"A passagem desta Guarda de mais de 100 Voluntários e Municipais, das mais afastadas localidades, todos unidos na mais estreita camaradagem e solidariedade, fardas diversas, capacetes diversos, equipamentos diversos, constituiu um espectáculo sem precedentes, que comovia e impressionava profundamente."

Na verdade, foi a primeira vez, em paradas organizadas pela Confederação, que tal aconteceu, marcando, segundo relato da época, "o respeito, a dedicação das Corporações inscritas pelo símbolo que lhes fôra confiado, como que a significar que o defenderiam com orgulho e intrepidez nos piores transes e nas maiores emergências".

A representação dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, que formou à frente dos demais corpos de bombeiros presentes (mais de 100), uma vez distribuída por ordem alfabética, incluiu também o desfile de um Auto Pronto-Socorro.


Pesquisa/Texto: LMB