FACTO 26

Em 1982, o Comandante Artur Lage atingiu 50 anos de bombeiro.

O facto foi dignamente assinalado através da atribuição do Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Refira-se que tal distinção tinha uma importância totalmente distinta, comparada com aquela que verificamos nos dias de hoje. Era o galardão máximo dos bombeiros em Portugal!

Quase raro na carreira de um bombeiro, a avaliar pela baixa média de vida da população de então, o Crachá de Ouro destinava-se a distinguir os elementos dos corpos de bombeiros que atingissem 50 anos de relevantes serviços prestados à causa.

Por outro lado e pela sua relevância, a entrega da mesma condecoração ocorria tradicionalmente em Congresso Nacional da LBP, na presença, entre outras entidades, do Presidente da República e de membros do Governo, constituindo por isso também um momento de especial júbilo.

Artur Lage não foi excepção, relativamente ao citado contexto protocolar.

Teve o autor do presente texto o ensejo de testemunhar a imposição do Crachá de Ouro ao homem de H grande que aqui se homenageia. Aconteceu na Figueira da Foz, em 10 de Outubro de 1982, durante a sessão de encerramento do 25.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, realizada no salão do Casino local, perante numerosa assistência dos legítimos representantes das associações e corpos de bombeiros do país, para além de elementos de delegações estrangeiras. Chamado ao palco, retemos na memória a garbosa figura do Comandante e bem assim a imponente continência com que, uma vez perfilado, cumprimentou as entidades que haviam tomado assento na mesa de honra, entre as quais o Ministro da Administração Interna, Ângelo Correia. Coube ao Presidente da República, General Ramalho Eanes, impor a mais que merecida insígnia, ao que se sucedeu uma forte ovação, de pé, por parte de todos os congressistas e convidados.

A atribuição do Crachá de Ouro a Artur Lage decorreu de uma proposta do Conselho Administrativo e Técnico da Liga dos Bombeiros Portugueses, aprovada por aclamação durante o mesmo Congresso.

Resta acrescentar que aquela distinção honorífica, orgulhosamente sentida e vivida pelos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, reforçou o prestígio do "nosso" Comandante, passando a estar sujeito, por determinações regulamentares, às honras somente prestadas aos melhores dos melhores bombeiros de Portugal.

» Excerto das Conclusões do 25.º Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses


Texto: LMB