FACTO 3

"Em 1970, quando da criação do Serviço Nacional de Ambulâncias (SNA), como Oficial da Brigada de Trânsito, fui nomeado representante para a Comissão Instaladora dos então Postos de Ambulância/115. Uma das minhas tarefas, em função dos dados obtidos através da intervenção conjunta dos Bombeiros e da autoridade policial, nos graves sinistros rodoviários, era propor à Inspecção de Incêndios da Zona Sul quais os Corpos que, na nossa modesta opinião, dariam maior garantia em termos de rapidez, consoante a sua localização, bom relacionamento dos efectivos e, fundamentalmente, eficiência na área do socorrismo.
O Comandante Lage era um homem que sabia planear, prever os condicionalismos do futuro e, em permanência, acompanhar as novas técnicas de actuação.
E assim providenciou, nessa época, que a maioria do seu efectivo estivesse habilitado com os antigos Cursos Essenciais de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa, sonhando com uma ambulância do SNA para a Corporação.
Reunidos os requisitos então exigidos, não tive a mínima dúvida, por mérito próprio, propor à Comissão Coordenadora a atribuição, aos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, da referida viatura, facto que foi aceite para cobrir o troço Tercena-Ramalhão da velha Estrada Nacional 249. Foi em Portugal, corria o ano de 1971, a primeira Associação a ter Posto SNA/115. E assim aconteceu porque em Agualva-Cacém havia nos seus Bombeiros um homem responsável chamado Artur Lage!"


Nota: Excerto do testemunho do Tenente-Coronel José Francisco do Rio França de Sousa, publicado no livro "Comandante Artur Lage - Vida e Obra, 1911-1999", da autoria de Jorge Trigo e Luís Miguel Baptista, editado em 1999 pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.